Aniversário de 130 anos de Castor Cifuentes, marca estreia do Villa Nova no Mineiro
O confronto contra o América-MG marca a data de o aniversário de 130 anos do espanhol Castor Cifuentes, considerado o maior presidente da história do Leão do Bonfim.
Cifuentes foi presidente na época de ouro do Villa Nova, sendo o principal responsável por montar o esquadrão tetracampeão mineiro entre 1932 e 1935
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Por: , 26/01/2023
Castor Cifuentes elevou o patamar do Villa Nova no futebol brasileiro fará sua estreia no Campeonato Mineiro de 2023. Além do confronto contra o América-MG, pela segunda rodada, a data também marca o aniversário de 130 anos do espanhol Castor Cifuentes, considerado o maior presidente da história do Leão do Bonfim.
O Leão Bonfim estreia na competição na segunda rodada, devido ao seu jogo contra o Ipatinga, na primeira rodada, ter sido adiado. Ipatinga e Betim disputam no STJD a presença no campeonato estadual. O julgamento do pleno está marcado para terça-feira (31).
Cifuentes foi presidente na época de ouro do Villa Nova, sendo o principal responsável por montar o esquadrão tetracampeão mineiro entre 1932 e 1935. Castor veio a morrer cinco meses após o último título, aos 42 anos.
Comandado pelo técnico Zé de Deus tinha como time base: Geraldão, Sérgio e Chico Preto; Zezé Procópio, Neco e Geninho; Tonho, Alfredo Bernardino, Perácio, Lêra e Canhoto.
A consagração como dirigente do Villa Nova, lhe rendeu como homenagem o nome do estádio da cidade: Estádio Municipal Castor Cifuentes.
Castor Cifuentes montou o esquadrão do Leão do Bonfim, tetracampeão mineiro
CONFIRA A HOMENAGEM DO VILLA NOVA NA INTEGRA
O presidente que deu a vida pelo Leão do Bonfim
Castor Cifuentes foi o presidente responsável pela formação do melhor time do Villa Nova até hoje, o esquadrão que conquistou o tetracampeonato mineiro entre 1932 e 1935. Mais relevante que isso: foi o dirigente que desencadeou e ajudou a consolidar o regime profissional no futebol em Minas Gerais. Entrou para a história do clube e de Nova Lima da maneira mais louvável possível, já que administrava o Leão do Bonfim movido por um único sentimento: o amor desmedido ao pavilhão alvirrubro.
A devoção do espanhol Castor Cifuentes ao time e a sua abnegação ao futebol custaram caro. As gerações passadas e atuais da família Cifuentes defendem com vigor a tese segundo a qual a morte de Castor teve como motivo principal sua demissão do importante cargo de chefe da mina.
Numa época em que a Revolução Russa de outubro de 1917 fazia ecoar pelo mundo capitalista o pavor causado pelo ideário comunista, Castor Cifuentes foi defenestrado da Saint John Del Rey Mining Company Limited sob a “grave” acusação de ter participado de uma reunião no Sindicato dos Mineiros. De fato, Castor Cifuentes havia ido ao sindicato, porém, para tratar com os operários assuntos relacionados ao Villa Nova.
O ex-presidente villa-novense era avesso a qualquer envolvimento político e jamais usou sua posição no clube e na empresa para fazer proselitismo de ideologia alguma. Castor Cifuentes presidia o Leão por amor à instituição e ao esporte, percebendo nele uma grande possibilidade de criar laços fraternos entre os trabalhadores da mina. Desgostoso com a injusta demissão, Castor Cifuentes se deprimiu de forma aguda, falecendo em menos de 15 dias. Desde então, seu nome passou a batizar o estádio do Villa Nova numa homenagem merecidíssima dos torcedores e da comunidade nova-limense a sua nobre memória.
Homem culto e sensível, Castor Cifuentes lutou pela construção da espaçosa casa que abriga até hoje a Biblioteca Pública Municipal de Nova Lima. O notável dirigente nasceu no dia 29 de janeiro de 1893 em Chaguazoso, cidade localizada na Galícia, província espanhola que fica na fronteira com Portugal. Assim que completou 18 anos, veio para o Brasil com o intuito de fugir das guerras que começavam a atormentar a Europa e se fixou na Terra do Ouro para labutar na empresa de mineração.
Foi um funcionário tão exemplar da Saint John Del Rey Mining Company Limited que recebeu o título honorífico de Capitão, honraria que até então era privativa dos ingleses. Em 1916, casou-se com a senhora Leonor Cifuentes Martins, espanhola da Andaluzia, em cerimônia realizada no Rio de Janeiro. O casal de espanhóis, que se conheceu no Brasil, teve sete filhos: Conceição, Carmen, Odúlia, Dalva, Amparo, Isabel e Afonso.
A morte precoce, aos 42 anos de idade, aconteceu no dia 22 de novembro de 1935, quatro meses depois de o Villa Nova haver conquistado o tetracampeonato mineiro.
Dona Conceição Cifuentes Dias, 80 anos, filha de Castor, lembra com imensa alegria do carinho que os jogadores do Villa nutriam pelo presidente, que não media esforços para proporcionar boas condições de trabalho aos atletas. Era comum Castor Cifuentes viajar à Espanha para recrutar novos trabalhadores para a mineradora. Quando o seu retorno era anunciado, os jogadores iam até a residência da família Cifuentes e deixavam o local completamente arrumado para recepcionar o chefe querido. Dona Conceição recorda que Perácio era um dos mais animados nesse mimo a Castor Cifuentes, cuja paixão pelo Leão o levou à morte.